quinta-feira, 18 de junho de 2015

O atrativo de se alimentar carnalmente de Jesus


O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos digo são espírito e vida” Jo.  6.63
Você já parou para observar como eram muitos os que seguiam a Jesus no tempo de seu ministério terreno? A bíblia sempre fala de numerosas multidões que o seguiam, ou grandes multidões. Jesus sempre atraiu a muitas pessoas, de fato muitos o seguiam como o inicio do capítulo 6 de João mostra, logo no verso 2.
O mais interessante é perceber que o povo reconhecia que Jesus operava sinais e maravilhas, e continuamente se ocupava com as pessoas que estavam ao seu redor, como vemos no verso 11. Ele curava enfermos e alimentava a multidão, fazendo com que, cada vez mais, a multidão reconhecesse que Ele era alguém que valia o esforço de seguir.
Isto era tão marcante que Jesus parecia ir ao limite da exaustão física para cuidar do povo, alimentando, curando e ensinando coisas sobre o Reino de Deus, a ponto de precisar desviar-se da multidão que incansavelmente o seguia. Em certa situação relatada nesse mesmo capítulo, os discípulos partiram na frente, cruzando de barco o mar da Galileia. Na sequência dos fatos, o mesmo Jesus que curava e alimentava as multidões ainda andou por sobre as águas.
Como é atraente o poder de Jesus! A multidão atravessou o mar e foi até Cafarnaum para segui-lo porque percebia que era bom estar perto deste Homem. Reconheciam o que Ele tinha para oferecer e o que poderia ser. Nos versos 14 e 15, reconhecem que Jesus é o profeta de Deus, do qual o mundo precisava, e o Rei esperado. Reconheceram isso de tal forma que quiseram toma-Lo e fazê-Lo Rei à força, aclamando-O como tal!
É bem nesse ponto que podemos fazer mais uma brilhante reflexão, lembrando que temos hoje o mesmo cenário. Perceba que a multidão louvava a Jesus, reconhecia inclusive sua majestade. Da mesma forma ainda acontece nos dias de hoje, nos quais grandes multidões ‘seguem’ a Jesus, enchem “templos”, procuram o profeta que havia de vir ao mundo e O louvam como rei.
Mas as semelhanças não param por ai. Leve em conta os seguintes aspectos comparativos com os crentes contemporâneos:
1-    Grandes multidões seguem a Jesus ainda hoje.

Mas como no verso 26 do capítulo 6 do evangelho de João, Jesus olha para a multidão e diz: “ Vocês me seguem apenas porque comeram, beberam e estão fartos!... E não porque entenderam os sinais.”
É notório que a fala de Jesus ecoa clara e objetivamente para nós, crentes da modernidade, crentes cedidos a este tempo pós-moderno, superficial e materialista, de interesses “espiritumaterialistas”. Crentes que continuam “batalhando por uma comida que perece”(vers. 27).

2-   Escondem-se no “louvor( atribuindo a causa dos milagres) a Ele”

Dizem que Ele é Profeta e é Rei, mas não entendem de fato como se deve render tal reconhecimento. Jesus rejeitou o louvor e aclamação d’Ele a Rei, por parte daquela multidão que estava ali apenas pelas benesses físicas e carnais, buscando um pão que é apenas carnal.

3-    Jesus explica e a multidão não entende. Nos dias de hoje também não!

Jesus não é “o pão francês de cada dia”. Jesus diz à multidão que Ele era mais que o maná, mas a multidão insistia em não entender que Ele se referia a Si mesmo como fonte de algo muito melhor e maior que bênçãos objetivas para o corpo físico.
E no verso 36 Ele diz: “vocês têm me visto, contudo não credes”.
Nos primeiros séculos, pensaram que Jesus estava propondo algum tipo de canibalismo. Nos dias de hoje, pensam que Jesus está propondo algum tipo de assistencialismo. Resolução de problemas é o foco das pregações. Os cultos são cheios de músicas na primeira pessoa, o centro é a humanidade, um verdadeiro culto ao Eu, ao Meu, ao me devolve, ao campeão e vencedor, a vitória com sabor de mel, ao restitui, a vida fútil de todos os dias da semana, as pregações de 7 pontos ou mais da autoajuda gospel, do comércio ‘evangeliquez’, para “saciar suas necessidades(vers. 26)”, etc... vaidade, vaidade e mais vaidade.

4-      Nem mesmo os que se dizem discípulos entendem, e assim O deixam!

Desistir de seguir a Cristo é o que tem acontecido com todos os que, mesmo sem perceber, querem apenas o pão carnal, pois não se alimentam do Pão Vivo.
Não há leitura da Bíblia, não há oração, ao menos não a que leva à renuncia e à denuncia de pecados que separam as pessoas de Deus. Muitos líderes que se dizem discípulos de Jesus, mas que pregam seu próprio ventre e uma prosperidade doentia e mentirosa.
Ou ainda uma ociosidade monstruosa na juventude banal e superficial de um estilo de vida que jamais se poderia chamar de cristão. Cheios de sensualidade, roupas indecentes, imoralidades sexual, mentiras, fachadas espirituais, rituais espirituosos e fora da palavra, pregadores televisivos mentirosos e dissimuladores. Um verdadeiro caos.

5-      Conclusão:
De fato muita carnalidade. É preciso se arrepender, buscar a face de Deus e se alimentar do Pão da Vida (capítulo 6), beber da Água da Vida (capítulo 4) e nascer do Espírito (capítulo 3).
Entender o Verbo que se fez carne, como o Verbo Vivo e não só pelas propriedades e benesses terrenas de seguir a Cristo.
Pois, “a carne de nada se aproveita [templos, religiosidade, culto ao EU/MEU, bênçãos materiais], mas é o Espírito que vivifica, por meio das palavras que são espírito e vida”!

Que o Senhor nos ajude a não retroceder e a não negociar a fé.
“Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna” João 6.68.

Com amor, Pr Rui damasceno.


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