“O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as
palavras que eu vos digo são espírito e vida” Jo. 6.63
Você já parou para observar como eram muitos os que seguiam a
Jesus no tempo de seu ministério terreno? A bíblia sempre fala de numerosas
multidões que o seguiam, ou grandes multidões. Jesus sempre atraiu a muitas
pessoas, de fato muitos o seguiam como o inicio do capítulo 6 de João mostra,
logo no verso 2.
O mais interessante é perceber que o
povo reconhecia que Jesus operava sinais e maravilhas, e continuamente se ocupava
com as pessoas que estavam ao seu redor, como vemos no verso 11. Ele curava
enfermos e alimentava a multidão, fazendo com que, cada vez mais, a multidão
reconhecesse que Ele era alguém que valia o esforço de seguir.
Isto era tão marcante que Jesus
parecia ir ao limite da exaustão física para cuidar do povo, alimentando, curando
e ensinando coisas sobre o Reino de Deus, a ponto de precisar desviar-se da
multidão que incansavelmente o seguia. Em certa situação relatada nesse mesmo
capítulo, os discípulos partiram na frente, cruzando de barco o mar da Galileia.
Na sequência dos fatos, o mesmo Jesus que curava e alimentava as multidões
ainda andou por sobre as águas.
Como é atraente o poder de Jesus! A
multidão atravessou o mar e foi até Cafarnaum para segui-lo porque percebia que
era bom estar perto deste Homem. Reconheciam o que Ele tinha para oferecer e o
que poderia ser. Nos versos 14 e 15, reconhecem que Jesus é o profeta de Deus,
do qual o mundo precisava, e o Rei esperado. Reconheceram isso de tal forma que
quiseram toma-Lo e fazê-Lo Rei à força, aclamando-O como tal!
É bem nesse ponto que podemos fazer
mais uma brilhante reflexão, lembrando que temos hoje o mesmo cenário. Perceba
que a multidão louvava a Jesus, reconhecia inclusive sua majestade. Da mesma
forma ainda acontece nos dias de hoje, nos quais grandes multidões ‘seguem’ a
Jesus, enchem “templos”, procuram o profeta que havia de vir ao mundo e O
louvam como rei.
Mas as semelhanças não param por ai.
Leve em conta os seguintes aspectos comparativos com os crentes contemporâneos:
1- Grandes multidões seguem a Jesus ainda
hoje.
Mas
como no verso 26 do capítulo 6 do evangelho de João, Jesus olha para a multidão
e diz: “ Vocês me seguem apenas porque comeram, beberam e estão fartos!... E
não porque entenderam os sinais.”
É
notório que a fala de Jesus ecoa clara e objetivamente para nós, crentes da
modernidade, crentes cedidos a este tempo pós-moderno, superficial e
materialista, de interesses “espiritumaterialistas”. Crentes que continuam “batalhando
por uma comida que perece”(vers. 27).
2- Escondem-se no “louvor( atribuindo a
causa dos milagres) a Ele”
Dizem
que Ele é Profeta e é Rei, mas não entendem de fato como se deve render tal
reconhecimento. Jesus rejeitou o louvor e aclamação d’Ele a Rei, por parte
daquela multidão que estava ali apenas pelas benesses físicas e carnais, buscando
um pão que é apenas carnal.
3- Jesus explica e a multidão não
entende. Nos dias de hoje também não!
Jesus
não é “o pão francês de cada dia”. Jesus diz à multidão que Ele era mais que o
maná, mas a multidão insistia em não entender que Ele se referia a Si mesmo
como fonte de algo muito melhor e maior que bênçãos objetivas para o corpo
físico.
E no verso 36 Ele
diz: “vocês têm me visto, contudo não credes”.
Nos
primeiros séculos, pensaram que Jesus estava propondo algum tipo de
canibalismo. Nos dias de hoje, pensam que Jesus está propondo algum tipo de
assistencialismo. Resolução de problemas é o foco das pregações. Os cultos são
cheios de músicas na primeira pessoa, o centro é a humanidade, um verdadeiro
culto ao Eu, ao Meu, ao me devolve, ao campeão e vencedor, a vitória com sabor
de mel, ao restitui, a vida fútil de todos os dias da semana, as pregações de 7
pontos ou mais da autoajuda gospel, do comércio ‘evangeliquez’, para “saciar
suas necessidades(vers. 26)”, etc... vaidade, vaidade e mais vaidade.
4- Nem mesmo os que se dizem discípulos
entendem, e assim O deixam!
Desistir
de seguir a Cristo é o que tem acontecido com todos os que, mesmo sem perceber,
querem apenas o pão carnal, pois não se alimentam do Pão Vivo.
Não há leitura da
Bíblia, não há oração, ao menos não a que leva à renuncia e à denuncia de
pecados que separam as pessoas de Deus. Muitos líderes que se dizem discípulos
de Jesus, mas que pregam seu próprio ventre e uma prosperidade doentia e
mentirosa.
Ou
ainda uma ociosidade monstruosa na juventude banal e superficial de um estilo
de vida que jamais se poderia chamar de cristão. Cheios de sensualidade, roupas
indecentes, imoralidades sexual, mentiras, fachadas espirituais, rituais
espirituosos e fora da palavra, pregadores televisivos mentirosos e
dissimuladores. Um verdadeiro caos.
5- Conclusão:
De fato muita
carnalidade. É preciso se arrepender, buscar a face de Deus e se alimentar do
Pão da Vida (capítulo 6), beber da Água da Vida (capítulo 4) e nascer do Espírito
(capítulo 3).
Entender o Verbo
que se fez carne, como o Verbo Vivo e não só pelas propriedades e benesses
terrenas de seguir a Cristo.
Pois, “a carne de
nada se aproveita [templos, religiosidade, culto ao EU/MEU, bênçãos materiais],
mas é o Espírito que vivifica, por meio das palavras que são espírito e vida”!
Que o Senhor nos
ajude a não retroceder e a não negociar a fé.
“Respondeu-lhe,
pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida
eterna” João 6.68.
Com amor, Pr Rui
damasceno.
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